A operação da Seres no Brasil não prevê concessionárias, apenas representantes, showrooms espalhados em locais de grande circulação e uma plataforma eletrônica de vendas a partir do próprio site. A despeito da operação pequena, a meta até que é grande.
“Queremos vender cerca de mil unidades nos próximos doze meses na soma dos modelos Seres e dos utilitários DFSK”, afirmou o chefe de produto, Lauro Campana, durante a apresentação do SUV elétrico Seres 3, tabelado em R$ 240 mil.
Sobre a possibilidade de ter algum modelo também elétrico na casa dos R$ 150 mil, ele admite: “Estamos buscando um produto para concorrer com Chery iCar, Renault E-Kwid e JAC E-JS1.”
Esse patamar de preço para os elétricos ganhou força com lançamento, no fim de junho, do BYD Dolphin por R$ 149,8 mil. A estreia do carro acabou por forçar a redução de outros modelos elétricos de menor porte, como o Caoa Chery iCar (agora por R$ 139.990) e o JAC E-JS1 (para R$ 139.990).
Para promover as vendas tanto do novo Seres 3 como dos utilitários, a operação terá representantes, como conta o chefe de vendas e marketing, Domingos Boragina Neto.
“Eles estarão em cinco diferentes praças até o fim do ano. Na cidade de São Paulo o desejo é ter dois ou três deles.” As outras quatro serão em Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC).
Pela estratégia da Seres, tais representantes montarão showrooms em shopping centers e, possivelmente, em aeroportos. “Essa é uma forma eficiente de dar visibilidade à marca. Nosso desejo é ter de doze a quinze showrooms”, afirma o executivo.
“Com os utilitários nós temos feito um trabalho interessante, em que os representantes visitam clientes potenciais para apresentar as vantagens e agendar a demonstração e test-drive em locadoras e grandes laboratórios. Teremos uma equipe mais forte para percorrer o país inteiro”, completa Boragina.
Os reparos de powertrain e carroceria serão feitos em oficinas credenciadas pela Seres. Os importadores também preparam uma sede em Barueri (SP) onde ficarão a área administrativa, o setor de manutenção, reparo e treinamento, além do estoque de peças e um showroom, tudo seguindo a identidade visual e outros padrões da Seres. Segundo Boragina, o local estará pronto em 40 dias.
A equipe da Seres Brasil é formada por executivos com passagem no setor automotivo. Boragina atuou na fabricante de autopeças Wapsa, além de Volkswagen, Asia Motors e Citroën. Lauro Campana trabalhou na Ford e na Troller. José Augusto Brandimarti, o chefe de operações, também passou pela Asia Motors, mais a CN Auto.
Antônio Carlos Romeu, responsável pela engenharia e pós-venda, trabalhou na General Motors e na Engesa. Ramon Cid Diaz, responsável por homologação e peças, teve passagens também por Asia Motors, CN Auto e Bramont.
Vale dizer que a Seres Brasil tem como acionistas os proprietários dos grupos Bel Energy, Sergio Lucas, e da Holding M2, Arthur Marcial, sediados, respectivamente, em São Paulo e no Distrito Federal. A Seres Motors foi fundada em 2016 em Santa Clara, na Califórnia, com investimento do Chongqing Seres Group e da Dongfeng, dois fabricantes de veículos na China.
A Seres produz seus veículos em Liangjiang (China), em uma fábrica com capacidade anual para 550 mil unidades. A empresa tem ainda uma parceria tecnológica com a Huawei (fabricante de smartphones) para desenvolvimento de propulsão inteligente e de equipamentos de assistência ao motorista.