A isenção do imposto de importação para veículos elétricos deve ser revista até o fim do ano, a partir da publicação do novo decreto para a segunda fase do Rota 2030. O programa, chamado Mobilidade Verde e Inivação, é destinado ao desenvolvimento tecnológico da indústria automobilística e está para ser publicado.
A estimativa é de Paulo Cardamone, CEO da Bright Consulting, que esteve presente no #ABX23 – Automotive Business Experience, principal evento do ecossistema automotivo e da mobilidade, que aconteceu em 20 de setembro, em São Paulo.
Cardamone participou do painel “As ambições do novo ciclo do Rota 2030”, mediado por Bruno de Oliveira, repórter da Automotive Business.
“O imposto de importação [para veículos elétricos e híbridos] tende a voltar, de forma gradativa, ao nível anterior”, estima o executivo. Os carros 100% elétricos recolhem hoje 0% de Imposto de Importação e os híbridos, entre 4% e 7%. O consultor estima a volta dos 35% anteriores.
“O imposto zero é um benefício para o segmento de luxo. O ponto é que isso não nos traz desenvolvimento tecnológico e nos impede de evoluir”, estima Cardamone.
O mediador Bruno de Oliveira citou o uso local de etanol, dos motores híbridos flex e o provável estímulo que essa matriz verde deve ter na segunda fase do Rota 2030.
Em resposta, Cardamone disse: “Nossa necessidade é em pesquisa e desenvolvimento nessa área. E o decreto também precisa discutir a eficiência energética para veículos pesados.”
Alfonso Pieracciani, sócio-diretor da Pieracciani Consultoria, ressalta que o Brasil é exemplo em matrizes energéticas de fontes renováveis e acredita que essa vantagem competitiva será contemplada pelo novo regime automotivo, mas recorda: “São projetos que demandam segurança jurídica.”
Participou também do painel o presidente da Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (Fundep), Jaime Ramirez. Ele recordou a evolução alcançada pela indústria automobilística local a partir do Inovar-Auto (lançado em 2013) e estima que a segunda fase do Rota 2030 deve ir além das metas de eficiência energética “do poço à roda” a serem obtidas pelo veículo.
“Esse cálculo vai se estender do início do uso até o descarte do veículo”, estima.