O mercado de duas rodas contraria a lógica de recuo de outros setores automotivos. A venda de motos já acumula 744,3 mil unidades licenciadas até julho, 18,2% a mais que na comparação com os sete primeiros meses do ano passado. O volume é o maior para o período desde 2015 e consolida o segmento como o único com alta na comparação com 2021 – todos os outros indicam queda, de automóveis a ônibus.
Os números foram divulgados na terça-feira, 2, pela Fenabrave, que reúne as associações de concessionários. Segundo o balanço, o mercado absorveu em julho 107,6 mil motos, recuo de 11% na comparação com junho. O motivo foi a queda de estoque nas revendas em razão das férias coletivas em Manaus, onde estão quase todas as fábricas do setor.
“A demanda continua aquecida, não houve mudança no cenário”, afirma o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior.
É bem provável que agosto seja um período de recuperação, tanto pela quantidade de dias úteis (22) como pela produção plena. Dá para esperar mais de 120 mil unidades emplacadas para este mês que se inicia.
A procura aquecida por entregadores e por clientes que não conseguem mais encher o tanque de seus carros levou a Fenabrave a revisar para cima sua projeção anual de 1,23 milhão para 1,35 milhão de motos licenciadas até o fim do ano.
Os números da Fenabrave mostram que a moto mais vendida do país permanece a Honda CG 160. A soma das versões Start, Fan, Cargo e Titan chega a 209,2 mil unidades emplacadas, o equivalente a 28% – mais de um quarto – do mercado total. Na comparação com iguais meses de 2021 suas vendas cresceram 22,8%.
A concorrente Yamaha Fazer/Factor 150 também teve crescimento importante. As 35,4 mil unidades emplacadas nestes sete meses indicam alta de 30,5% na comparação interanual. A venda de scooters é outra que chama a atenção. O modelo mais vendido é o Honda PCX 150, que teve até julho 21,7 mil unidades emplacadas, 37,2% a mais que nos mesmos sete meses do ano passado.