O segmento de duas rodas não para de comemorar os bons números. A Abraciclo, entidade que reúne as fabricantes, informa que a indústria produziu mais de 500 mil motocicletas até agora em 2023. A última vez que o setor tinha superado a marca de meio milhão de unidades no quadrimestre foi em 2014.
Os dados foram revelados nesta terça, 16. De acordo com a Abraciclo, as fabricantes de motos instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) produziram exatas 513.879 unidades no primeiro quadrimestre de 2023. O resultado é 16,8% maior que o registrado nos quatro meses iniciais de 2022 (439.817).
No recorte de abril, foram 116.809 motos fabricadas, volume 23,4% inferior ao registrado em março deste ano. Queda considerada normal pela associação, uma vez que o mês passado teve cinco dias úteis a menos que o anterior.
Já na comparação interanual, houve crescimento, mesmo que discreto. A produção de abril superou em 3,7% a do mesmo mês do ano passado.
Nos emplacamentos, o segmento também tem motivos para comemorar. No primeiro quadrimestre de 2023 foram vendidas 478.178, alta de 25,1% em relação a igual período do ano passado, quando foram licenciadas pouco mais de 382 mil unidades.
Nas vendas, o setor de duas rodas também teve o melhor resultado em nove anos. Em abril, as vendas no varejo atingiram mais de 120 mil unidades, desempenho 12,3% superior ao registrado em abril de 2022, mas 17,2% inferior na comparação com março deste ano.
Para a associação, contribuiu para o cenário positivo a normalidade nas linhas de montagem, sem paralisações por falta de componentes, como ocorreu em 2022.
“Em março, as fábricas tiveram produção plena, o que permitiu atender melhor à demanda por motocicletas. Dessa forma, gradativamente estamos reduzindo eventuais filas de espera”, acredita o presidente da Abraciclo, Marcos Antonio Bento.
Apesar dos bons números, a entidade diz estar atenta ao cenário econômico.
“Temos diversos fatores que favorecem o mercado de motocicletas, como o menor custo de aquisição, a economia de combustível e a agilidade nos deslocamentos urbanos. No entanto, estamos atentos aos fatores socioeconômicos, com a alta das taxas de juros, o acesso ao crédito e a diminuição do poder aquisitivo da população”, pondera o executivo.
Mesmo assim, a associação mantém as previsões para 2023. A Abraciclo estima fechar o ano com 1,55 milhão de unidades produzidas, o que significará crescimento de cerca de 10% em relação a 2022.