A venda de automóveis e comerciais leves usados fechou 2022 com 10,2 milhões de unidades negociadas e uma queda de 10,7% na comparação com o ano anterior, quando o mercado de segunda mão atingiu recorde de transações pela dificuldade na produção de veículos zero-quilômetro decorrente da pandemia de Covid-19. Os números foram divulgados pela Fenabrave, entidade que reúne as associações de concessionários.
“O ano de 2021 foi atípico, já que havia escassez de novos. Entendo que em 2022 houve um ajuste de mercado, mas ainda em um bom patamar de transações”, afirma o presidente da organização, José Maurício Andreta Jr. Além da base de comparação elevada, a Fenabrave admite que as taxas de juros elevadas em 2022 e o maior rigor na aprovação dos financiamentos também puxaram para baixo o setor de usados.
Vale ressaltar que o mês de dezembro foi o melhor do ano para os automóveis e comerciais leves usados, com mais de 1 milhão de unidades negociadas e alta de 21,1% sobre novembro, que teve 20 dias úteis (ante 22 em dezembro).
A Fenabrave não tem uma projeção formal para o mercado de usados, mas acredita que a venda de automóveis e comerciais leves novos tende a repetir em 2023 os resultados do ano anterior, com 1,96 milhão de unidades. Se isso de fato ocorrer, os automóveis e comerciais leves usados devem fechar o ano com pouco mais de 10 milhões de transferências, como em 2022.
De janeiro a dezembro de 2022 foram negociados 340,8 mil caminhões usados, o que resultou em queda de 15,3% na comparação com o ano anterior. A análise isolada de dezembro revela 29 mil veículos transferidos e acréscimo de 12,9% sobre novembro. Para o mercado de novos, a Fenabrave acredita em 124,6 mil caminhões novos negociados em 2023, assim como no ano que terminou.
Contudo, a Anfavea, que reúne as montadoras, prevê queda próxima a 20% nas vendas locais. E como os segmentos de usados acompanham de perto o desempenho dos zero-quilômetro, é provável que as transferências de caminhões de segunda mão repitam as 340 mil unidades em 2023.
Em todo o ano de 2022 foram transferidos 46,3 mil ônibus usados. O número superou em 5,7% o acumulado de 2021. A análise de dezembro revela 4,5 mil transações, sendo o segundo melhor mês para os ônibus usados, atrás apenas de agosto, com 4,6 mil. A recuperação nas vendas de ônibus usados começou pouco antes dos novos, que terminaram o ano com alta de 23,4%. Mas é preciso lembrar que o mercado de ônibus foi o mais afetado pela pandemia de Covid-19 e tem projeções muito diferentes para 2023. A Fenabrave acredita em alta de 5% e a Anfavea, em retração próxima a 8%. Considerando um mercado de novos acima de 20 mil unidades, os usados devem encerrar 2023 acima das 45 mil transferências.
De janeiro a dezembro do ano passado, o mercado nacional movimentou um número exato de 3.059.746 motocicletas usadas, registrando pequena queda de 7,5% na comparação com 2021. O total anual indica que foram negociadas 2,2 usadas para cada unidade zero-quilômetro licenciada.
A projeção da Fenabrave prevê a venda de 1,48 milhão de motocicletas zero-quilômetro e alta de 9%. Se a proporção entre usadas e novas se mantiver em 2023, as transações com motos usadas vão superar os 3,3 milhões de unidades.
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